Sexta, dia de Vênus, a magia estava no ar em Bangu.
Todos os caminhos levaram à Lona Cultural Hermeto Paschoal, onde aconteceu o primeiro dia do Festival Be Magic. No festival, um line up poderosíssimo, com as bandas Nadha, Hatefulmurder, Azul Limão e Crypta fazendo o chão de Bangu tremer! O clima era de muita festa, reunião com amigos de longa data ou só de vista mas que a "resenha" acabou fluindo. O evento reuniu várias gerações e galeras de todos os lugares do Rio e Grande Rio.
Bangu é cenário antigo pra quem frequenta o underground carioca e, sempre que temos algum show por lá, tem um sabor mais do que especial ainda mais com atrações internacionais! Frequentadores de Rato no Rio, Lava Jato, Cassino Bangu sabem exatamente do que eu estou falando. É um privilégio poder acompanhar a cena há um tempinho mais prolongado e poder ver todas as mudanças que aconteceram ao longo dos anos. A maior delas, sem dúvidas, foi a da participação do publico feminino.
O festival estava lotado de mulheres maravilhosas no palco e fora dele.
É muito lindo ver essa presenaça feminina de forma tão prática, ir nas festas e ver as minas montadonas, com umas makes absurdas, acessórios, roupas ou sem nada disso também! Ver a mulherada organizada e dando uma outra cara para a cena não tem só a ver com empoderamento em si, tem a ver com luta e conquista!
Se antes o papel da mulher normalmente era o de acompanhar o namorado nos shows, hoje é a mulher quem produz, fotografa, vende merchan e toca! O Festival Be Magic foi um perfeito exemplo disso! No evento foi possível notar a presença feminina em todas as camadas. A fotógrafa oficial do evento era mulher, 3 das 4 lojas presentes eram de mulheres ( incluindo a @ars_antiqua e a @lojamorgoth) e duas das 4 bandas tinham mulheres no front!
O evento começou cedo e o caos da cidade, não tão maravilhosa assim, impediu parte das pessoas chegar cedo, mas por sorte cheguei a tempo de ver a belíssima Angelica Burns quebrando tudo com o Hatefulmurder e seu death/thrash que a gente ama. Muita bateção de cabeça e rock com aquele encanto que só um vocal feminino traz.
Muitas filas de bar depois, tivemos um dos momentos mais esperados da noite: o show da Crypta!
A banda brasileira/holandesa, formada após a saída de Fernanda Lira e Luana Dametto da banda Nervosa (2019) teve essa primeira turnê mundial adiada por conta dos dois primeiros anos da pandemia, mas no palco em Bangu mostrou que já nasceu grande e mais uma vez calou a boca de quem por acaso ousasse dizer que mulher não sabe fazer Death Metal. Porque sabe e sabe muito bem!
Quem disse que não bateu cabeça mentiu, porque a Crypta simplesmente ENGOLIU a lona. Simplesmente perfeitas. Fernandinha com sua presença de palco INCRÍVEL, juntamente com Tainá, Luana e Jéssica mostraram que lugar de mulher é fazendo sucesso no que ela quiser!
A Crypta segue em turnê, agora pela europa, e nós mulheres esperamos ansiosas por mais shows na zona oeste e em todo o Rio de Janeiro com mulheres protagonizando lado a lado com os caras e não só em edições especiais "Girl Power". Mais do que nunca, representatividade é tudo e, graças à deusa, deixamos de ser as namoradas que só acompanham para ser quem comanda a festa e que faz a magia acontecer.
Foto: Luciana Pires Fotografia Texto: Renata Rodriguez, Corpse Queen Store, para o Pedaleiras.
Comments